P: Qual é o principal desafio que as organizações enfrentam na comunicação, quando se confrontam com uma crise?
R: Existem vários desafios que as organizações enfrentam, no entanto desejo enfatizar pelo menos três. O primeiro é o nível de credibilidade e reputação que a empresa tem, ou não tem, construído ao longo de seu desenvolvimento. Se a sua reputação actual é positiva, as implicações da crise podem ser menores. No entanto, se a empresa não construiu a sua reputação baseada na transparência, na confiança, vai ser muito difícil “saír” da crise.
Outro elemento importante é a comunicação interna, como podemos envolver as áreas envolvidas no que está acontecendo, e como essas áreas contribuem para o fluxo de informação e participam no desenvolvimento de soluções rápidas e eficazes.
Além disso, o desenvolvimento de bons porta-vozes e uma relação positiva com os meios de comunicação, comunidades e outros stakeholders, também são elementos fundamentais neste processo.
P: Considera que a transparência da organização é essencial quando se enfrenta uma crise? Por quê?
R: Na verdade, a transparência é fundamental quando se enfrenta uma crise, porque é a única maneira de assumir e corrigir os erros face aos stakeholders das empresas. Além disso, é através da transparência que uma empresa pode reconstruir a confiança e reputação que possam ter sido enfraquecidas numa crise.
P: Como é que a falta de transparência afecta a reputação e a sustentabilidade das organizações?
R: A falta de transparência é uma peça-chave no quebra-cabeças da reputação. Uma empresa que não é transparente e não divulga publicamente as suas ações, que não se relaciona com os seus stakeholders de perto e de forma confiável, que não enfrenta dificuldades e assume as suas responsabilidades, e não é responsável pelos impactos gerados no seu ambiente e comunidades, produz a desconstrução da sua reputação, e uma desconstrução da sociedade em que está inserida. É por isso que a transparência é a pedra angular na construção de organizações com altos níveis de reputação e padrões de sustentabilidade, e são aqueles que são valorizados, respeitados, escolhidos pelos consumidores, seguidos com interesse pelos investidores e, finalmente, crescem, geram emprego e dão uma contribuição efectiva para o desenvolvimento social.
P: Por que considera que uma cimeira como a CIBECOM é importante para o desenvolvimento presente e futuro de uma organização como a Focco (Chile)?
R: É importante porque é uma plataforma de conhecimento e networking a nível ibero-americano, que vai permitir aos seus participantes a partilha das melhores práticas, obter novas ferramentas relacionadas com a comunicação, a transparência e a sustentabilidade, e lhes abre um mundo de conhecimento, que de outra maneira, seria de muito difícil acesso.
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